domingo, 11 de setembro de 2011

Contar Histórias é uma arte!



Contar Histórias é, antes de tudo, um ato de amor. Precisamos estar preparados, com tranqüilidade e conhecimento, para enfrentar os pequenos e grandes ouvintes.
         É uma das atividades mais importantes no cotidiano das crianças, pois é fundamental escutar histórias, para que seja formado o Imaginário e estimulada a Fantasia. Assim, as crianças poderão, através da compreensão e reflexão, atravessar a infância e a adolescência, e chegar a uma vida adulta saudável.
         Toda criança que escuta histórias, sejam elas quais forem, será, sem dúvida nenhuma, um adulto feliz e, conseqüentemente, um bom leitor.
         Não podemos deixar as crianças abandonadas à frente de um aparelho de TV, vendo heróis sem personalidade participando de histórias simplistas. Além de assistirem a programas sem criatividade e de mau gosto.
         Mostramos através do “Contar Histórias” que é no Mundo Mágico e Maravilhoso dos Contos e das Fábulas que os ouvintes vão poder elaborar seus medos, angústias, a morte, o abandono, sua origem e, até, sua sexualidade.
         É através desse Universo Fantástico, feito de bruxas, fadas, gigantes, madrastas cruéis, reis, rainhas, que eles vão aprender a ser corajosos e valentes, e, assim, poderão construir um alicerce seguro para, na fase adulta, saber lidar com as adversidades.
         Além de tudo isso, os Contos e as Fábulas, pela sua antigüidade, através dos Oralistas, já serviram a muitas gerações, não só como entretenimento, mas, também, como tratamento terapêutico.
         Sabendo “Contar” , vamos estimular o gosto pela Leitura, tão problemático na atualidade com o advento do computador e seus CD-ROMs de histórias. Essa modernidade vai cada vez mais incentivando a preguiça na criança que, conseqüentemente, se desmotiva e desinteressa do “Ato de Ler” , responsável potencial por crianças, adolescentes e adultos com auto-estima, inteligência e conhecimento.

         Todo “Contador” é um catalisador da curiosidade infantil.


segunda-feira, 25 de julho de 2011

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA




A importância da Leitura na formação do Imaginário da criança e no desenvolvimento da imaginação e reflexão, são chaves para a travessia da infância para a adolescência.
Os Contos de Fadas são de fundamental importância, pois sua linguagem, mostra um mundo Mágico e Fabuloso, que ajuda a criança a elaborar suas angústias básicas e incontroláveis, como: a origem da vida, a morte, o abandono, a inveja destruidora, a perda dos pais e a sexualidade.
O psiquiatra infantil Bruno Bettelheim, nos mostra que as histórias infantis clássicas, são terríveis, mas não desesperantes, pois é , no mundo feérico, feito de madrastas cruéis e pais tiranos que a criança aprende a lidar com as mais diversas provações e, assim, torna-se aguerrida.
Os Contos, consubstanciam experiências imemoriais, desenvolvem a Imaginação e preparam o jovem leitor para conhecer um mundo difícil e aterrador, mas para o qual sempre existe uma saída.
O Pequeno Polegar graças à sua habilidade, safa-se da floresta cheia de perigos. O Porquinho esperto  e trabalhador, constrói a casa de tijolos e não é comido pelo lobo. Cinderela enfrenta a rivalidade entre as irmãs e a maldade da madrasta e com inteligência consegue vencê-las. Esses, são alguns exemplos de Contos que têm um conteúdo cheio de Fantasia e Magia.
O Imaginário contido nos Contos, serve, sem dúvida, de iniciação para que as crianças se tornem adolescentes saudáveis e, assim, não precisem evadir-se na velocidade, nas drogas, na mentira e até , no suicídio. Adolescentes que cometem esses erros, foram, sem dúvida, crianças que não puderam sonhar na época que isso lhes era indispensável.
A Leitura deve ser incentivada sempre, mas também, devemos estimular para que vejam  bons filmes, boas peças teatrais, para que possam refletir e, conseqüentemente, chegar à individuação, maturidade e crescimento afetivo.
LIVROS são insubstituíveis. A Leitura deve ser uma atividade freqüente e envolver, se possível, toda a família.
Através da Leitura as crianças vão conhecer um outro mundo – o mundo que elas vão ter que enfrentar, assim que deixarem de ser crianças!!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Três Ovinhos -Conto da África - Poder da Intuição

Há muito tempo, uma mulher vivia com seu marido e os dois filhos. O marido era cruel e forçava a esposa a trabalhar desde o alvorecer até o cair da noite, espancando-a sem motivo e queimando-a  com gravetos em brasa.
Finalmente, a mulher não suportou mais. Quando seu marido foi para uma caçada, ela muniu-se de coragem, juntou os dois filhos e fugiu para as montanhas. Havia várias aldeias além da colina, onde ela esperava encontrar trabalho para se sustentar e aos filhos. Ela andou muito com uma filha pequena às costas e o menino ao seu lado. Acompanhou o rio que na estação seca ficava quase sem água. Quando parou para descansar, observou um ninho de pássaros numa árvore sem folhas. Pegou o ninho, pensando que poderia servir de brinquedo para seus filhos e encontrou dentro dele três ovinhos. Disse aos filhos: - Cuidado para não quebrar os ovinhos.
Prosseguiram a viagem até cair a noite. Ela olhou à sua volta e não achou nada que servisse de abrigo, ficou com muito medo. Pensou:- O que vou fazer? Como vou proteger os meus filhos dos animais selvagens da floresta? De repente, uma vozinha respondeu: - “Vá pelo caminho da direita”. Ela espantou-se, pois a voz vinha de um dos ovos do ninho.
Realmente, à sua direita, havia um caminho quase escondido entre a mata. Ela seguiu a trilha e chegou numa grande cabana. Entrou e ninguém respondeu ao seu chamado. Dentro da cabana, havia vasilhas com leite fresco e muitos frutos maduros. Ela alimentou as crianças e comeu fartamente. Depois todos adoemeceram. Pela manhã, ela acordou os filhos e retornaram a caminhada pelas montanhas. Quando chegaram a um cruzamento na estrada, a mulher parou, indecisa quanto ao caminho a seguir.
“Escolha o da esquerda”, disse a voz do segundo ovo do ninho.
Ela seguiu o conselho e chegou a uma outra cabana. Lá dentro viu um ogro tão imenso que seu ronco fazia tudo tremer. Ele tinha pelos vermelhos, dois chifres e uma cauda comprida. Por toda parte havia tijelas de sangue. Ela não se moveu, com medo que ele acordasse e a devorasse junto com seus filhos, mas naquele momento, ela ouviu o terceiro ovo que dizia: “Pegue a pedra branca e redonda, perto da porta, suba no telhado e jogue-a no monstro. Ela disse: - A pedra é muito pesada, como posso levantá-la?
“Faça como estou dizendo” , disse a voz.
A mulher levou os filhos para cima do telhado, para mantê-los a salvo, e depois pegou a pedra perto da porta, que para sua surpresa não era tão pesada. Ergueu-a, subiu no telhado, olhou pela chaminé e preparou-se para jogar a pedra no monstro. Subitamente, outro ogro entrou na cabana, arrastando os corpos de várias pessoas. A muller abafou um grito, e deixou a pedra de lado. Pensou: Não posso matar dois de uma vez, um certamente vai nos pegar e nos comer!
“Espere até que durmam, então fuja”, falou um dos ovos.
Ela ficou quieta, acalmou os filhos, enquanto o ogro cozinhava e comia as pessoas que trouxera. Por fim os dois ogros, pegaram no sono.
Quando começaram a rncar, ela desceu do telhado com os filhos e fugiu. Começou novamente a caminhada e entrou por um caminho de mata fechada em que ela mal enxergava. De repente, após uma curva, ela chegou a uma clareira, onde havia enorme árvore sempre-viva. Ela parou horrorizada, porque embaixo da árvore, estava um monstro enorme, maior que os dois ogros, Tinha cabelos grossos, emaranhados, focinho de chacal, chifres enormes e um longo rabo.
Uma ogra! Falou aterrorizada. Viu que só podia seguir em frente passando por ela. O que vou fazer?, pensou.
Os três ovos responderam: “Pegue o machado que está perto da ogra, suba na árvore e deixe cair na cabeça dela. Ela não tinha alternativa. Subiu na árvore com os filhos e depois pegou o machado. Tremendo de medo, ela ficou no galho que estava bem em cima da ogra e deixou o machado cair. A ogra resmungou um pouco zonza.
“Rápido”, disseram os ovos. “Desça daí e use o machado para matá-la antes que ela acorde.”
A mulher desceu da árvore e, quando pegou o machado a ogra começou a abrir os olhos, mas a mulher correu na sua direção e golpeou-a com o machado. Ela guinchou, rolou para o lado e morreu. No momento seguinte, o corpo da ogra abriu-se no meio e delá saíram centenas de pessoas, além de bichos que a ogra comera. As pessoas rodearam a mulher e lhe agradeceram.
“Você nos libertou da ogra”, disseram. Ela nos engoliu inteiros e há anos estamos vivendo na sua barriga. Como sinal de nossa gratidão, queremos que você se torne nossa rainha.
A mulher contou que não fora ela que os salvara, mas os três ovos que estavam no ninho e apontou para o ninho. Nesse momento a terra tremeu, os ovos desapareceram e, em seu lugar surgiram três belos príncipes. O mais velho, ajoelhou-se diante da mulher que o libertou e disse: - Por causa da sua coragem você nos libertou, eu e meus irmãos, de um feitiço maligno. Ele aproveitou e pediu a mão dela em casamento, dizendo que ela estava livre porque seu marido havia morrido. Ela aceitou e perante o povo reunido, a corajosa mulher, agora rainha, desposou o príncipe. Dali em diante viveram felizes junto com as crianças. 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A MÃE E O DEMÔNIO

( IRMÃS NA NATUREZA) -  CONTO DO JAPÃO

            Uma mulher vivia com seu rico marido e sua filha. Quando chegou a época da filha casar, a mãe muito feliz e acompanhou a filha em uma viagem pelas montanhas, rumo à casa de seu futuro marido. A moça ia de carruagem, mas a mãe e os amigos e parentes, iam ao lado caminhando , cantando e rindo.
De repente, uma nuvem escura caiu do céu  e rodeou a carruagem. Todos fugiram, temendo que fosse um mau espírito, mas a nuvem dissipou-se rapidamente. Contudo a noiva sumira da carruagem!
- Minha filha ! Onde está minha filha, gritava a mãe.
- Um demônio a raptou! Exclamaram todos. Devemos correr.
Mas onde está minha filha? Tenho que encontrá-la, dizia a mãe.
Seus amigos  levaram-na com eles para longe da montanha.
De volta à aldeia, a mãe não conseguia ter paz. Só pensava na filha. Embrulhou um saco de arroz para comer, vestiu roupas quentes, calçou sapatos resistentes e partiu na direção da montanha. Andou por todo o dia chamando pela filha. Quando caiu a noite, ela estava exausta. Viu uma luz a certa distância e foi na direção, esperando encontrar abrigo para aquela noite. Encontrou um templo e quando chegou perto, uma monja apareceu à porta.
- Reverenda senhora, estou longe de casa e muito cansada. Posso passar esta noite aqui? A monja levou-a para dentro e disse: - não tenho alimento para oferecer, mas pode dormir aqui. Ela deitou-se e a monja cobriu-a com o seu manto.
- Você está em busca de sua filha?, perguntou a monja suavemente. Eu sei o que lhe aconteceu e como você poderá encontrá-la. Ela foi raptada por um demônio que vive do outro lado do rio que passa aqui perto. Para atravessar o rio, você deve usar a ponte mágica, chamada Ponte do Ábaco. Ela é feita de contas, e se você pisar em uma delas, você cairá no local do nascimento e morrerá. Pise corretamente. Para entrar no castelo do demônio, você deve passar por dois cães de guarda, um grande e um pequeno. Porém, eles são selvagens e a matarão se a pegarem. Mas todas as tardes os cães dormem um pouco e você poderá entrar a salvo no castelo.
- Obrigada, senhora monja, disse ela e adormeceu.
Pela manhã, despertou e descobriu que estva no meio da campina, sem templo e nem monja por perto. Só o que havia era um pagode de pedra. Ela adormecera com a cabeça sobre o pagode.
Será que sonhei, pensou ela, mas e o templo e a monja? Espiou à sua volta e viu um rio. Atravessando-o em forma de arco havia uma ponte feita de contas e do outro lado, bem longe o castelo com os cães na entrada, exatamente como a monja descrevera.
Então não foi um sonho, agora sei onde minha filha está.
Ela esperou pacientemente os cães adormecerem e atravessou a ponte , tomando cuidado de não pisar nas contas. Passou pelos cães adormecidos e entrou no castelo do demônio.
Começou a procurar pela filha, mas o lugar era muito grande. Então, ouviu um barulho de tear, foi ver  quem estava fiando e encontrou a filha. Se abraçaram e choraram muito.
- Vim salvá-la, disse a mãe.
- O demônio desse castelo me raptou, mas ele e seus servos estão sempre fora durante o dia. De repente ouviram um barulho muito grande e era a demônio chegando. Os cães começaram a latir e ela nem teve tempo de preparar uma refeição para a mãe. Pegou a mãe e mandou que ela entrasse numa caixa de pedra para ficar segura e trancou a tampa com cadeado.
O demônio aproximou-se e começou a farejar desconfiado. – Sinto cheiro de humano por aqui.
- Claro que sim, disse ela, eu sou humana.
- Não seja boba, sinto cheiro de outra pessoa.
- Você deve estar enganado, disse a moça, como alguém passaria pelos cães selvagens ou cruzaria a ponte do Ábaco?
- Você está escondendo alguém, disse ele e caminhou para o seu jardim onde havia uma planta mágica que abria uma flor para cada pessoa que estivesse no castelo. Ele viu que havia três flores e voltou enfurecido dizendo que ela estava mentindo, porque tinha mais gente lá, pois a flor não se enganava. Ela apavorada, teve uma idéia rápido, disse: - a flor corresponde ao bebê que espero.
- O quê??? Gritou ele de alegria, vou ser pai!!! Abram vinho, toquem os tambores. Começou a beber com seus súditos e escravos, atacou os dois cães e matou-os. Logo todos estavam bebados e dormiam.
- Ele pediu para a esposa colocá-lo na caixa de madeira e fechar as sete tampas e trancar os sete cadeados. Ela fez isso e depois libertou a mãe.
As duas correram para fora do castelo em direção ao estábulo, para pegar cavalos para fugir, mas na cocheira encontraram duas carruagens uma para mil e outra para dez mil milhas. Qual usaremos? Falou a mãe. De repente a monja apareceu e disse que deviam pegar um bote e escapar pelo rio. As duas correram para o rio, saltaram dentro de um bote e começaram a remar com muita força. Porém o demônio acordou e pôs-se a chamar pela esposa para que levasse água para ele. Mas como ela não aparecia começou a quebrar a caixa e conseguiu sair.
Ela deve ter escapado, pensou. Despertou os servos e foram ao estábulo, mas as carruagens estavam lá. Correram até o rio, e viram as duas no bote.
- Lá está ela, desgraçada! Mas está com alguém. Eu sabia que havia outro humano no castelo.
O demônio mandou que seus servos bebessem a água do rio, para que elas não escapassem. A medida que eles bebiam a água, o bote ia voltando em direção da margem onde eles estavam.
- Estamos perdidas! Disse a moça para sua mãe. Subitamente, apareceu a monja dentro do bote, e disse: - levantem as saias, ela ordenou. Exibam as partes íntimas para o demônio e, assim, as três começaram a levantar os quimonos e a pular dentro do bote feito loucas.
Ao ver a cena o demônio e seus servos desandaram a rir e começaram a cuspir a água que tinham bebido e a medida que  cuspiam a água em torrente levava  bote  rio abaixo. Logo as três estavam a salvo.
- Reverenda monja, falou a mãe. Você salvou nossas vidas o que podemos fazer para agradecer-lhe?
- A monja parou um momento, e disse:  Vocês podem fazer algo por mim. Eu sou o espírito do pagode de pedra da campina. Sinto-me muito só e, assim vocês podem todos os anos trazer um novo pagode até a clareira e colocarem perto do meu, aí eu terei companhia. Falou e desapareceu.
Mãe e filha retornaram para sau casa e, todos os anos, levavam um pagode de pedra para a campina e, em razão disso, o local se transformou numa comunidade da montanha. E elas viveram felizes em poder agradecer de terem se salvado!



sábado, 15 de janeiro de 2011

Novas Fábulas de Esopo

Normalmente não coloco nas fábulas o que chamamos de "moral", pois o que é certo para uns não é para outros e as crianças não têm a maldade dos adultos em seus julgamentos. Sempre quando uso fábulas com as crianças deixo que elas façam a interpretação, ou seja, mostrem a moral!!!!


O  lobo e o burro

Um burro estava comendo quando viu um lobo escondido fespiando tudo que ele fazia.
Percebendo que estava em perigo, o burro imaginou um plano para salvar a pele.
Fingiu que era aleijado e saiu mancando com a maior dificuldade.
Quando o lobo apareceu, o burro todo choroso contou que tinha pisado num espinho pontudo.
- Ai, ai, ai!!!! Por favor tire o espinho de minha pata! – implorou. – Se você não tirar, ele vai espetar sua garganta quando você me engolir.
O lobo não queria engasgar na hora de comer seu almoço, por isso quando o burro levantou a pata ele começou a procurar o espinho com todo o cuidado. Nesse momento o burro deu o maior coice de sua vida e acabou com a alegria do lobo.
Enquanto o lobo se levantava todo dolorido, o burro galopava satisfeito para longe dali!!!

*Cuidado com os favores inesperados!




As ávores o o machado


Um lenhador foi até a floresta pedir às árvores que lhe dessem um cabo para seu machado.
As árvores acharam que não custava nada atender o pedido do lenhador e na mesma hora resolveram fazer o que ele queria.
Ficou decidido que o frixo, que era uma árvore comum e modesta, daria o que era necessário.
Mas assim que recebeu o seu pedido, o lenhador começou a atacar com eseu machado tudo que encontrava pela frente na floresta, derrubando as mais belas árvores.
O carvalho, que só se deu conta da tragédia quando já era tarde demais para fazer alguma coisa, cochichou para o cedro:
- Foi um erro atender ao primeiro pedidoque ele fez. Por que fomos sacrificar nosso humilde vizinho? Se naõ tivéssemos feito isso, quem sabe ainda viveríamos muitos e muitos anos!!!!


*Quem trai os amigos pode estar cavando a própria cova.

Fábulas de Esopo (com moral)


Fábulas de Esopo 2

O burro que vestiu a pele de um leão

Um burro encontrou uma pele de leão que um caçador tinha deixado largada na floresta.
Na mesma hora o burro vestiu a pele  e inventou a brincadeira de se esconder numa moita e pular fora sempre que passasse algum animal.
Todos fugiam correndo assim que o burro aparecia.
O burro estava gostando tanto de ver a bicharada fugir dele correndo que começou a se sentir leão em pessoa e não conseguiu segurar um belo zurro de satisfação.
Ouvindo aquilo, uma raposa que ia fugindo com os outros parou, virou-se e se aproximou do burro rindo:
- Se você tivesse ficado quieto, talvez eu também tivesse levado um susto. Mas aquele zurro bobo estragou sua brincadeira!!!

*Um tolo pode enganar os outros com o traje e a aparência, mas suas palavras logo irão mostrar quem é ele de fato.





O gato, o galo e o ratinho


Um ratinho vivia num buraco com sua mãe. Depois de sair sozinho pela primeira vez, contou à ela:
- Mãe, você não imagina os bichos estranhos que encontrei! Um era bonito e delicado, tinha um pelo muito macio e um rebo elegante, um rebo que se movia formando ondas.
O outro era um monstro horrível. No alto da cabeça e debaixo do queixo ele tinha pedaços de carne crua, que balançavam quando ele andava.
De repente, os lados do corpo dele se sacudiram e ele deu um grito apavorante. Fiquei com tanto medo que fugi correndo, bem na hora que ia conversar um pouco com o simpático.
- Ah, meu filho! – respondeu a mãe. – Esse seu monstro era uma ave inofensiva; mas o outro era um gato feroz, que num segundo teria te devorado!!!!


*Jamais confie nas aparências